terça-feira, março 20, 2007

BENQUERENÇA - João Luzio Martins






Hoje vou dar a conhecer a quem não conhece, um Homem e um poeta da nossa terra.

É o João Luzio


João Silveiro Luzio Martins, nasce em Benquerença a 7-5-1955, onde reside e vive a sua infância até aos 11 anos de idade.

Completada a 4ª classe, ruma a Castelo Branco, e na Escola Industrial e Comercial como aluno exemplar completa o curso Geral do Comércio (5º ano).


Em 1971, como prémio, passa 6 meses em França onde encontra uma cultura diferente da que estava habituado, o que sem dúvida o marcou positivamente.


De regresso, começa a fazer pela vida em Castelo Branco, mas ao fim de mais algumas deambulações assenta arraiais em Lisboa até hoje. Passa pela Câmara Municipal de Lisboa e em Março de 1974 entra para os CTT onde desenvolve práticamente toda a sua vida profissional.


Homem que logo aprende a dominar as novas tecnologias de informação, participa nas primeiras eleições livres em 1975 na Gulbenkian, para executar a transmissão por via telex dos votos que chegavam de todo o país para os computadores centrais. Presente em eleições seguintes, no Estoril na Fórmula 1, no Raly de Portugal etc. etc.


Muito haveria para dizer sobre o João, mas vou abreviar um pouco...... Actualmente está aposentado, é amigo de colaborar em iniciativas que o ligam à terra natal, nestes ultimos anos tem vindo a colaborar gratuitamente com a Associação Cultural e Recreativa de Benquerença na ministração de cursos de iniciação à informática com o objectivo de ensinar os primeiros passos das novas tecnologias a todos os interessados.


Vai muitas vezes a Benquerença e continua a dedicar algum tempo ao computador, à internet, e a pequenos trabalhos agrícolas.

Só vou dizer mais uma coisa, está sempre pronto para ajudar no que for preciso.
Apresentei o João como poeta
e com autorização dele, alguns dos seus poemas
que eu escolhi.
RECORDANDO


Há muito, muito tempo,
Eu e tu, fomos amigos,
Fomos crianças que brincaram,
nas ruas da nossa aldeia,
Mas tudo passou como o vento
E as histórias dos nossos livros
Foram-se apagando do pensamento.



  • Fomos companheiros de carteira
  • Os nossos professores nos ensinaram
    O que não queriamos aprender,
    Éramos muito preguiçosos
    Dos estudos não queríamos saber.
    Nesses belos tempos de escola
    A única coisa que nos interessava
    Era andar na rua, para jogar a bola.
    Eu segui, tu ficaste
    Trabalhando no dia a dia
    E o que fizeste? Emigraste.
    E juntamente com a tua familia
    Ganhando noutras paragens
    O que a nossa terra não produzia.




    ERA A MIM QUE TU QUERIAS


    Foi um sonho que eu tive
    Num destes dias
    Estavas tu entre nós
    Na maior das alegrias

    A noite ia avançada
    Tu tinhas que partir
    Eu queria ir contigo
    Sozinha não podias ir

    Pedi para te acompanhar
    E tu disseste: Sim
    Mas havia alguém
    Que não me deixava ir a mim.


    A disputa começou

    Dos três, só um podia ser.

    Pois na Telegráfica

    havia muito que fazer.




    Resolvi perguntar-te
    Qual de nós tu Preferias.
    Riste-te. Olhas-te para mim
    Era a mim que tu querias.


    Fiquei-te muito grato

    Por me teres escolhido

    Se te acompanhei não me lembro

    Pois nessa altura, acabou o sonho contigo.

    Poderia escrever mais poemas do João, mas não acham, que merecem estar num livro?

    Um abraço ao AMIGO JOÃO

    2 comentários:

    naki disse...

    Muito bem! Desconhecia o passado do João Luzio e também a sua veia poética! Gostei muito dos poemas e sim, acho que mereciam estar num livro.

    autopilote disse...

    Não está mal, não senhor. Força então para os seus poemas. E veia poética, poucos a têm!